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Arquitetos: Bates Masi Architects
- Ano: 2015
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em uma cidade famosa por terrenos extensos, os clientes solicitaram uma casa grande o suficiente para acomodar sua família, em um empreendimento único de chalés modestos dos anos 1950 situado entre dunas onduladas, a algumas centenas de metros do oceano. A tradição local diz que a paisagem marcante já foi usada como locação para cenas do deserto em filmes do cinema mudo.
O pequeno lote dos clientes fica em uma reserva, onde as formas de árvores e dunas varridas pelo vento registram a intensidade e a direção do vento costeiro constante. O vento varre a areia ao redor da vegetação desalinhada, arrastando-a em dunas parabólicas em forma de meia-lua que apontam na direção do vento predominante de oeste. Assim como a paisagem é formada pelo microclima, a casa também o é.
A casa está voltada para a rua, o sol da tarde e o vento predominante. Todas as fachadas oeste e leste são compostas por vidro operável, com pequenas aberturas ajustáveis no lado oeste e aberturas expansivas no lado leste. A diferença nos tamanhos das aberturas cria um diferencial de pressão em toda a casa que promove a ventilação natural. As grandes portas do lado leste se abrem para decks com vista para as dunas parabólicas.
Na fachada oeste, as venezianas são orientadas para o sudoeste a fim de admitir as brisas de verão que emanam daquela direção, enquanto bloqueiam os ventos de inverno do noroeste. A orientação das venezianas também admite o sol da tarde de inverno, enquanto bloqueia o brilho intenso da tarde de verão. Como um benefício terciário, as venezianas fornecem privacidade da rua.
O padrão da tela, desenvolvido por meio de vários modelos e maquetes digitais e físicas, lança padrões salpicados de luz pela casa durante o dia e cria uma lanterna tecida quando vista desde a rua à noite.
As venezianas fazem parte de um sistema de ventilação passiva que não apenas resfria a casa, mas também leva o cheiro do jardim aromático por todos os cômodos. A fossa séptica elevada na frente da casa, necessária devido às restrições da zona de inundação, é plantada com um campo de lavanda, ocultando assim a sua função utilitária. A casa recebe o cheiro da lavanda, um perfume que vai trazer para sempre memórias aos clientes do verão nas dunas.
A forma e os detalhes da casa são derivados diretamente das condições do local e, portanto, conectam a casa ao local de forma funcional e experiencial. O resultado é uma arquitetura regional baseada não no estilo, mas em fatores ambientais.